sexta-feira, 16 de maio de 2008

Seca ameaça novamente o sertão conquistense

O período da seca está chegando mais uma vez e moradores de diversos povoados da região do Distrito de Bate Pé demonstram preocupação com as conseqüências da estiagem. A terra está ficando seca, as plantas já estão ganhando um tom amarelado. A região é considerada uma das maise secas do município.
Segundo o secretário municipal de Agricultura, Miro Conceição, “neste ano o governo está procedendo um amplo diagnóstico das perdas que alguns produtores tiveram, decorrentes da menor quantidade de chuva neste período do ano. “Estamos recebendo ajuda do exército (representante do Ministério da Defesa) que está fazendo o levantamento completo do município em relação à água potável,” disse.
O problema da seca geralmente é atenuado com alternativas de implantação de poços artesianos e de distribuição de água para a população através de carro-pipa e construção de tanques. Para a execução dessas medidas paliativas os moradores têm contado com apoio do Fórum de Organizações da Sociedade Civil ASA - Articulação no Semi-Árido Brasileiro), da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), da Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista, Embasa e ainda de financiamentos bancários, principalmente do Banco do Nordeste. Recentemente, na região de Bate Pé, foram construídas algumas aguadas e outras foram limpas. No período mais crítico é comum o abstecimento de água através de carro-pipa.
Muitas foram as reportagens veiculadas pela mídia local referentes ao problema da seca no município. O Diário Sudoeste, em reportagem, esmiuçou os dramas e angústias vivenciados pelo homem sertanejo do sudoeste da Bahia, dando destaque para os habitantes do Poço Comprido II, no Distrito de Bate Pé, em Vitória da Conquista. Em janeiro deste ano a região foi marcada por chuvas torrenciais e, agora, o período da estiagem recomeçou seu ciclo. A alegria das conversas e o sorriso na fisionomia de muitos, dia após dia, está sendo substituído por um ar de preocupação visível no rosto das famílias.O sexagenário Jesuíno Oliveira afirma que antigamente a seca era pior, “quando eu era menino vivi uma seca com a minha família que demorou mais de ano. Naquela época não tinha carro-pipa, muito menos poço artesiano”. O trabalhador rural também realizou críticas em relação à morosidade das ações do poder público: “Ouvi dizer que a água encanada vai chegar pra gente, mas eu sei que isso vai demorar. O governo promete e demora anos e anos pra cumprir. A energia elétrica demorou muito tempo para chegar em nosso povoado. Tem região por aqui que a energia elétrica não chegou ainda. Começaram a fazer uma ponte que passa em cima do rio Ribeirão há mais de cinco anos e até agora a ponte não está pronta”, reclamou.A esperança do agricultor em ter água encanada em sua pequena propriedade rural vem do programa do Governo do Estado da Bahia “Água para Todos”, que visa promover a inclusão social de cerca de 950 mil baianos na zona rural. O programa já vem sendo desenvolvido desde o ano passado nos municípios de Mirante e Caetanos.
A implantação de um sistema de água tratada pela Embasa reduziria os problemas na região do Distrito de Bate Pé, como na localidade de Poço Comprido II e adjacências. De acordo com o secretário municipal da Agricultura, Miro Conceição, os povoados do Distrito que ficam antes da sede já têm água potável. “Os que ficam depois da sede do Distrito não possuem água da Embasa, mas já existe um projeto para que a água chegue nessas regiões. Já existe um estudo que apresenta a possibilidade de se trazer água da Barragem de Anagé. A barragem está apenas a 14 km de distância daquela região,” explicou.
Por Ramon Santos Gusmão
Diário Sudoeste

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