O primeiro dia de greve dos policiais civis do estado foi marcado por delegacias vazias e população sem atendimento na capital e em várias cidades do interior. Com a paralisação, apenas os serviços essenciais, como levantamento cadavérico e flagrante de delito, estão sendo realizados. Os grevistas ameaçam radicalizar o movimento, suspendendo até mesmo atendimentos essenciais, caso o governo não atenda às reivindicação da categoria até a próxima terça-feira (1º). Com o início do movimento, a Procuradoria Geral do Estado (PGE) vai entrar na próxima segunda-feira (31) com ação judicial pedindo a decretação da ilegalidade da greve. O órgão alega que não foram cumpridas as exigências legais como aviso formal ao governo do estado com antecedência de 72 horas, além de não ter apresentado um plano com detalhamento sobre o funcionamento dos serviços essenciais. Embora o secretário estadual de Segurança Pública, César Nunes, minimize os efeitos da greve, quem buscou as delegacias para registros de ocorrência, serviços de investigações, operações policiais, entre outros, ficou sem assistência. Braços cruzados - As três delegacias situadas no Complexo dos Barris também não estavam atendendo à população. A maioria dos policiais foi ao trabalho, mas mantiveram os braços cruzados.Na Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes (DTE), a determinação do sindicato da categoria estava sendo cumprida: atendimento só no caso de levantamento cadavérico e flagrante, informou um agente que não quis se identificar. O cenário se repetiu na 9ª Delegacia, na Boca do Rio. Logo na entrada, pequenos cartazes informavam sobre a greve. Dentro da delegacia, os três policiais de plantão informavam aos insistentes que só estavam lavrando flagrante. “Desde o início da manhã não estamos atendendo ninguém”, informou um agente que não quis se identificar. Segundo ele, diferentemente dos dias normais, quando costumam registrar uma média de 50 ocorrências, ontem, o número não passou de dez — e pode diminuir, segundo ele, se a greve se fortalecer. Salas de atendimento vazias e agentes de braços cruzados também na Delegacia de Homicídios (DH), no Complexo dos Barris. A situação se repetiu na 14ª DP Barra, 7ª DP (Rio Vermelho) e 6ª DP (Brotas). Na unidade da Barra, muitas pessoas voltaram para casa sem conseguir registrar ocorrências de furto de celular e jóias, crimes comuns no bairro. Sindpoc - Embora a legislação determine que em situações de greve, 30% do efetivo deve manter as atividades, o diretor do Sindicato dos Policiais Civis (Sindpoc), Crispiniano Daltro, diz que a greve atingiu cerca de 80% dos policiais civis no estado. Na capital, as delegacias visitadas pela equipe de reportagem do Correio da Bahia não estavam prestando atendimento à população, desde o início da manhã. Já no interior, Feira de Santana, Vitória da Conquista, Barreiras, Senhor do Bonfim, Amélia Rodrigues e Capim Grosso aderiram a paralisação, a partir das primeiras horas do dia, segundo representantes da classe policial. Mesmo diante da constatação da reportagem, o secretário César Nunes afirmou que, apesar de ter sido decretada, a greve ainda não havia decolado. No entanto, assegurou que a SSP tem um plano de segurança, caso haja necessidade. “É uma greve injustificável e inoportuna”, acusou Nunes.
Por iBahia.com
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