“Isso aqui é uma rua?!”, perguntou, indignada, uma motorista que transitava pelo local pela primeira vez. A entrada do bairro Santa Cecília já tornou-se o cartão postal do descaso e abandono. O largo, que primeiro recebe os que estão de passagem, resume o descaso do poder público com os moradores. Andar pelo bairro se transforma num exercício de paciência e agilidade até para quem está de bicicleta. As ruas, totalmente despavimentadas, são amontoados de buracos, entulhos – que são usados pelos moradores para “amenizar” a situação – e valas que vão quase de uma ponta a outra das vias. As garagens de algumas casas ficam impossibilitadas de serem utilizadas por causa das valetas, que impedem o acesso de pequenos veículos.Dona Maria da Paz, proprietária de um mercado no bairro, lamenta o descaso da prefeitura para com o local, o que prejudica bastante o seu comércio. “Ninguém quer parar aqui. Às vezes o pessoal pára mais longe e vai lá a pé, no mercado. Quem quer fazer uma compra geralmente prefere onde tem um estacionamento ao lado, então prejudica muito o estacionamento da gente”, disse. Segundo dona Maria, que já mantém o mercado há três anos, a prefeitura toma apenas providências paliativas. “Quando chove, que abre valetas, eles vêm, passam a máquina e jogam uma terrinha, mas aí vem a chuva e acaba com tudo de novo”, disse.Fabiano Cardoso já mora no bairro há quinze anos e diz que o descaso vem de longas datas. “Já tem onze anos que isso aqui tá desse jeito”, lembrou. “E quando chove ninguém consegue passar nem a pé”, completou. Com as ruas esburacadas os motoristas viram alvos fáceis da ação de ladrões no bairro, que fica vizinho do Nova Cidade, conhecido pelos altos índices de violência.Segundo o vereador Eduardo Mesquita, cinco indicações já foram feitas pela Câmara para que a situação fosse resolvida, mas nenhuma delas surtiu efeito. “As três indicações que eu mandei, nenhuma teve resultado. A gente espera que pelo menos essa saia. A gente está aqui no centro da cidade, aqui tem um movimento muito grande, tem muito roubo, então fica um bairro perigoso, cheio de mato, cheio de buraco. A prefeitura tem que tomar conta disso aqui, tomar uma providência urgente”, cobrou.
Por Luciano Sapucaia
Diário do Sudoeste
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