sábado, 29 de março de 2008

Dia da água, deságua em forma de ego


Em 1989, o Movimento Contra a Morte Prematura – MCMP, fez uma série de estudos científicos sobre o Planeta Terra, identificando uma série de agentes devastadores, alertando as autoridades e a comunidade quanto a este problema seríssimo, podendo resultar em verdadeiras catástrofes. Através de manifestações de protestos, palestras ecológicas, folderes, cartazes, passeatas, Fórum de Explanações e Debates Sobre o Meio Ambiente, faixas, out doors, folhetos, documentos ao Poder Executivo, Legislativo e Judiciário, expressivo apoio da Imprensa etc., o ambientalista André Cairo, junto ao MCMP, seguiu e continua seguindo uma verdadeira via crucis na defesa do meio ambiente. Em 1989 identificou 19 minadouros na Serra do Peri Peri, enquanto em 1960 existiam 64. Conseguiu o Tombamento da Serra, e Poço Escuro, berço do Rio Verruga, melhorias no saneamento básico, remoção da Lixeira no topo da Serra do Peri Peri, entre outros, alem de referência para outras cidades. Mas, a exemplo da Amazonas onde o problema se agrava a cada dia, num geral, o Planeta Terra não é diferente, enquanto a grande maioria da humanidade ainda não tem consciência da gravidade do problema. “A nossa maior preocupação é a escassez de alimentos”, alerta André Cairo. “Em 1990, quando criei o slogam O Equilíbrio da Terra depende do Equilíbrio do Homem, fui decisivo! Neste mesmo ano, em minhas Palestras sobre Ecologia e Meio Ambiente, expunha no quadro negro o desenho de um mapa em uma das Salas da ONU e do Pentágono, onde marcadores vermelhos identificavam as cidades que não seriam submergidas com o descongelamento das calotas polares. Vitória da Conquista era uma delas, pois, vindo a ocorrer tal catástrofe, o nível do mar chegaria a 600 m. Poucas pessoas acreditaram, outras ficaram em dúvida e muitas achavam que eu estava ficando “doido”, enquanto o aquecimento global prosseguia. Nos anos seguintes, continuei minhas pesquisas, enviando documentos aos Governos e até mesmo ao exterior. Hoje, 19 anos se passaram e os fatos estão comprovados. Existe sim a iminência de perigo, enquanto poucas providências são tomadas em definitivo. O Planeta Terra pesa 5 sextilhões de toneladas, 71 % é água, enquanto potável só 1 %. Desta forma, o Dia da Água deveria ser todo dia. Os cinco continentes são verdadeiras ilhas cercadas de água por todos os lados. Pouco abaixo da linha do Equador só existe parte da América do Sul e da África, o resto é água. Se esses continentes em definitivo resolverem cuidar do Planeta agora, daqui 100 anos começa a equilibrar. No dia 22 de março, todos voltam sua atenção para o Dia da Água. Do dia 23 em diante, à despeito dos clamores, as cidades voltam para a conformidade, mergulhando no mar do esquecimento onde o Ego impera, desaguando em forma de impotencialidade. Aproximam-se as eleições e uma avalanche de projetos querem sair do papel, como se não pudessem ser aplicados em anos anteriores. Porém, se o Ego for esquecido, o Eu resolverá o problema com os atributos da consciência plena, salvando homens, animais, rios, mares, vegetação e proporcionando ar puro, como antes da revolução industrial, com água límpida e cristalina, tal qual a água do Poço Escuro, vertente do Rio Verruga, que na década de 60 abastecia 15 mil habitantes em Vitória da Conquista,. Na época, era um líquido insípido, inodoro e incolor, hoje tem gosto, cheiro e cor.” Prudente seria denominá-lo Rio Valente, pela sua resistência a tantas agressões, desafiando a terrível poluição, vivendo quase morto debaixo da cidade. Nem a Madame Jamorri suportaria tantos germes patogênicos navegando pelo Verrruga, em Vitória da Conquista, talvez a única cidade no mundo que conseguiu esconder um Rio, desafiando o Dia da Água”.

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