Mário Jardel e Pena atravessam um período de reflexão após carreiras com vários traços em comum. Os dois avançados brasileiros, actualmente com 34 anos, foram goleadores em Portugal mas perderam fulgor nos últimos tempos.
Nesta altura, os relvados são uma imagem distante, o desemprego é uma realidade e sobram apenas promessas de um regresso a breve prazo.
Jardel regressou a Fortaleza depois de uma experiência agridoce no campeonato da Austrália, com a camisola dos Newcastle Jets. O ponta-de-lança brasileiro saiu no final de 2007, terminando mais uma etapa no seu percurso, depois de ter experimentado o futebol cipriota, com a camisola do Anorthosis Famagusta.
«Ainda quero jogar mais um ano»
«Na Austrália, encontrei um futebol diferente, muito físico, não muito técnico, mas de qualquer forma adorei a experiência, conheci uma cultura diferente, a todos os níveis, portanto valeu a pena», começa por dizer o jogador, ao Maisfutebol.
Super Mário foi uma referência incontornável no futebol português, sagrando-se goleador do campeonato em cinco épocas distintas. Marcou 30 golos em 1996/97, 26 em 97/98, 36 em 98/99 e 38 em 99/00, sempre no F.C. Porto. Após um ano de interregno, regressou ao namoro com as balizas em Portugal, somando 42 golos ao serviço do Sporting, na época 2001/02.
«Neste momento estou parado, mas ainda não penso terminar a minha carreira. Tenho possibilidades de assinar por outro clube, porque tive contactos aqui do Brasil e do exterior. Estou a treinar diariamente num ginásio aqui de Fortaleza, enquanto decido o meu futuro. Vou tomar uma decisão no início de Abril mas, como disse, não penso acabar já a carreira. Ainda quero jogar mais um ano», garante Jardel
«Parei para tratar dos meus negócios»
Renivaldo Pereira de Jesus chegou a Portugal com uma missão espinhosa. O avançado, oriundo do Palmeiras, tinha de demonstrar que havia vida para além de Jardel no F.C. Porto. Com um estilo de jogo distinto, Pena esbateu as saudades e marcou 22 golos no campeonato, na temporada 2000/01. Um dos pontos mais altos da carreira.
«Se hoje tenho o que tenho, é graças ao F.C. Porto. Acompanho sempre os jogos, através da televisão. Falou-se muito dos problemas no F.C. Porto e fiquei triste com as coisas que li. As pessoas que tratavam dos meus negócios aqui na minha cidade arranjaram problemas, fomos colocados no tribunal e nem pude vir cá ao Brasil resolver, porque tínhamos jogos. Isso afectou-me», reconhece o jogador, em conversa com o Maisfutebol.
Pena revela ainda que jogou lesionado durante largo período: «Sempre tive um problema na púbis, uma limitação que podia ser resolvida se fosse operado. Se fosse hoje, era esse o caminho que tinha seguido, mas havia jogos para disputar e disseram-me que não podia parar. De qualquer forma, sempre que falo do F.C. Porto, falo com enorme carinho e só tenho a falar bem do presidente e do chefinho Reinaldo Teles.»
«Agora, resolvi tirar um tempo para organizar a minha vida aqui em Vitória da Conquista, os administradores dos meus negócios deram cabo de mim e tive de procurar resolver os problemas», acresenta Pena, que passou por F.C. Porto, Sp. Braga e Marítimo, concluindo: «Tive a possibilidade de jogar aqui na equipa de Vitória da Conquista, que está a disputar o campeonato baiano, mas também houve abordagem da região de Belém, da Arábia Saudita e do Qatar. Quero continuar a jogar, mas se isso não acontecer, estou feliz aqui. Gostava de sair novamente para o exterior, tenho 34 anos mas sinto-me bem, física e mentalmente.»
Por Vítor Hugo Alvarenga
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